Medicina Geral de Adultos I
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Definição de Caso suspeito de Dengue e Conduta

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Mensagem  Evandro Guedes Gonçalves Seg Set 24, 2012 7:17 pm

Atendimento ao paciente com suspeita de dengue

A abordagem do paciente com suspeita de dengue deve seguir uma rotina de
anamnese e exame físico. Essas informações são necessárias para o estadiamen-
to e o planejamento terapêutico adequados.

Caso suspeito de dengue
Todo paciente que apresente doença febril aguda com duração de até sete
dias, acompanhada de pelo menos dois dos sintomas, como cefaléia, dor re-
troorbitária, mialgias, artralgias, prostração ou exantema, associados ou não
à presença de hemorragias. Além de ter estado, nos últimos 15 dias, em área
onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes
aegypti.
Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemioló-
gica.A presença de sinais de alarme, relacionados a seguir, indica a possibilidade
de gravidade do quadro clínico e de evolução para dengue hemorrágica e/ou
síndrome do choque da dengue.

Sinais de alarme na dengue

a) dor abdominal intensa e contínua;
b) vômitos persistentes;
c) hipotensão postural e/ou lipotímia;
d) hepatomegalia dolorosa;
e) hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena);
f) sonolância e/ou irritabilidade;
g) diminuição da diurese;
h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou
hipotermia;
i) aumento repentino do hematócrito;
j) queda abrupta de plaquetas;
l) desconforto respiratório.

Sinais de choque

a) hipotensão arterial;
b) pressão arterial convergente (PA diferencial < 20mmHg);
c) extremidades frias, cianose;
d) pulso rápido e fino;
e) enchimento capilar lento (> 2 segundos).

Anamnese

A história clínica deve ser a mais detalhada possível e os itens a seguir devem
constar em prontuário.

História da doença atual

a) cronologia dos sinais e sintomas.
b) caracterização da curva febril (estabelecer a data de início da febre).
c) pesquisa de sinais de alarme.
d) pesquisa de manifestações hemorrágicas: hematêmese (vômitos com raias de sangue ou tipo “borra-de-café”), melena (fezes escuras). Na criança po-
dem passar despercebidas.

Epidemiologia

a) Perguntar sobre presença de casos semelhantes no local de moradia ou de
trabalho.
b) História de deslocamento nos últimos 15 dias para área de transmissão de
dengue.

História patológica pregressa

a) Doenças crônicas associadas: hipertensão arterial, diabetes mellitus, DPOC,
doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doen-
ça renal crônica, doença grave do sistema cardiovascular, doença acidopép-
tica e doenças auto-imunes.
b) Investigar o uso de medicamentos, sobretudo antiagregantes plaquetários,
anticoagulantes, antiinflamatórios e imunossupressores. Pesquisar sobre o
uso de salicilatos para controle da febre reumática e doença de Kawasaki.
c) Na criança, além das doenças de base já citadas, valorizar as manifestações
alérgicas como: asma brônquica, dermatite atópica.

exame físico

Exame físico geral

a) Ectoscopia: destacar a pesquisa de edema subcutâneo (palpebral, de parede
abdominal e de membros), assim como manifestações hemorrágicas na pele,
mucosas e esclera. Avaliar o estado de hidratação.
b) Verificar a pressão arterial em duas posições, pulso, enchimento capilar, fre-
qüência respiratória, temperatura, e peso.
c) Segmento torácico: pesquisar sinais de desconforto respiratório e de derra-
me pleural e pericárdico.
d) Segmento abdominal: pesquisar hepatomegalia, dor e ascite.
e) Sistema nervoso: pesquisar sinais de irritação meníngea, nível de consciên-
cia, sensibilidade e força muscular.

Prova do laço

A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente em todos os casos
suspeitos de dengue durante o exame físico.

• desenhar um quadrado de 2,5cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal
do polegar) no antebraço da pessoa e verificar a PA (deitada ou sentada;
• calcular o valor médio:(PAS+PAD)/2;
• insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por cinco minutos em
adulto (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses;
• contar o número de petéquias no quadrado. A prova será positiva se houver 20 ou
mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças;

A prova do laço é importante para a triagem do paciente suspeito de dengue,
pois é a única manifestação hemorrágica do grau I de FHD representando a fragilidade capilar.

Diagnóstico Diferencial

Considerando-se que a dengue tem um amplo espectro clínico, as principais
doenças que fazem diagnóstico diferencial são: influenza, enteroviroses, doen-
ças exantemáticas (sarampo, rubéola, parvovirose, eritema infeccioso, mono-

nucleose infecciosa, exantema súbito, citomegalovirose e outras), hepatites vi-
rais, abscesso hepático, abdome agudo, hantavirose, arboviroses (febre amarela,
Mayaro, Oropouche e outras), escarlatina, pneumonia, sepse, infecção urinária,
meningococcemia, leptospirose, malária, salmonelose, riquetsioses, doença de
Henoch-Schonlein, doença de Kawasaki, púrpura auto-imune, farmacodermias
e alergias cutâneas. Outros agravos podem ser considerados conforme a situa-
ção epidemiológica da região.

Em anexo a imagem do fluxograma para tratamento da dengue:


Fonte: Ministerio da Saúde - Dengue: Diagnóstico e Manejo Clinico série A. normas e Manuais

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