Medicina Geral de Adultos I
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Efeitos colaterais dos serotoninérgicos, com enfoque à disfunção sexual

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Efeitos colaterais dos serotoninérgicos, com enfoque à disfunção sexual Empty Efeitos colaterais dos serotoninérgicos, com enfoque à disfunção sexual

Mensagem  Lídia de Souza Braz Ter Out 09, 2012 12:45 am

Antidepressivos e disfunção sexual (DS)

Entre os psicofármacos, em função de seu uso mais difundido, os antidepressivos são as drogas mais relacionadas com DS feminina. Os antidepressivos têm sido reportados como causadores de DS em 30% a 70% das pacientes, sendo a redução da libido e a anorgasmia ou dificuldade de atingir o orgasmo as queixas mais freqüentes (Ferguson, 2001).
Outros efeitos adversos têm sido reportados mais raramente, como priapismo do clitóris (nefazodona e fluvoxamina), aumento na libido (fluvoxamina, bupropiona e trazodona) e orgasmos espontâneos (clomipramina e fluoxetina).
Vários estudos utilizando diferentes metodologias, principalmente com pacientes depressivos e ansiosos, têm apontado para o fato de que as drogas que apresentam mecanismo de ação serotoninérgica possuem maior potencial para causar disfunções sexuais.
Os antidepressivos tricíclicos (ADT), os inibidores de monoaminoxidase (IMAO) e, principalmente, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) têm sido os mais implicados em interferências no desejo sexual e no orgasmo ou na anorgasmia. A nefazodona e a bupropiona têm sido menos responsabilizadas por interferências no ciclo sexual. A venlafaxina, a mirtazapina e a milnaciprano, drogas de
ação dual (serotoninérgica e noradrenérgica), ocupam aparentemente uma posição intermediária (Kristensen, 2002; Gitlin, 1994; Cordás e Laranjeiras, 2004).


Estratégias para o manuseio de disfunções sexuais ligadas ao uso de antidepressivos

As evidências de eficácia das diferentes estratégias de tratamento das disfunções sexuais ligadas ao uso de antidepressivos são ainda muito limitadas. A revisão sistemática de Taylor et al. (2005) apenas conseguiu evidenciar o efeito favorável do sildenafil em homens com disfunção erétil durante o uso de psicofármacos.
Desde os relatos de De Batista et al. (2001) e Masand et al (2001), o uso da bupropiona em adição ao tratamento antidepressivo com ISRS tem sido descrito. Apesar do entusiasmo inicial, os resultados ainda são conflitivos.
Em artigo de revisão, Kristensen (2002) discutiu as possibilidades de tratamento das disfunções sexuais induzidas por antidepressivos, tais como: modificações nos hábitos sexuais (como maior tempo prévio nas carícias preliminares), redução das dosagens dos antidepressivos quando possível, troca por outras medicações (com o risco de perda do efeito terapêutico) e uso de “antídotos”, como bupropiona e ioimbina. A troca por drogas mais recentes, como o escitalopram, aparentemente com menores riscos de disfunção sexual, é sugerida por alguns autores (Ashton et al, 2005). Não há estudos controlados com práticas psicoterápicas e intervenções não farmacológicas.
Apesar da existência de poucos estudos controlados sobre o tema, os efeitos colaterais na esfera sexual devem merecer maior atenção, na medida em que constituem um dos principais fatores de abandono do tratamento e, conseqüentemente, de recaída.

Fonte: CORDÁS, T. A.; LARANJEIRAS, M. Efeitos colaterais dos psicofármacos na esfera sexual. Revista de Psiquiatria Clínica, 33, 3, 2006. Disponível em: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol33/n3/pdf/Revista%20Psiquiatria%20Clinica%2033%203.pdf#page=56>. Acesso em 08 out. 2012.

Lídia de Souza Braz

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