Epistaxe - Classificação, Etiologia e Tratamento
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Epistaxe - Classificação, Etiologia e Tratamento
Classificação: Clinicamente, a epistaxe é classificada em anterior ou posterior, dependendo da origem do sangramento. Mais de 90% dos casos de epistaxe decorrem de sangramento na região anterior, sobretudo em crianças e adultos jovens, enquanto a epistaxe posterior é mais freqüentemente encontrada em pacientes hipertensos ou com mais de 40anos.
Etiologia: Dentre os fatores sistêmicos podemos citar a hipertensão arterial (considerada a principal causa de epistaxe severa que motiva internação hospitalar coagulopatias (hemofilias, doença de Von Willebrand, hepatopatias) e doenças hematológicas, que cursam com alteração quantitativa ou qualitativa de plaquetas (aplasia medular, trombastenia de Glanzmann). O uso de medicamentos anticoagulantes e anti-agregantes plaquetários também pode ocasionar epistaxe. Os fatores locais que levam à epistaxe anterior com maior freqüência são: trauma (fraturas nasais ou manipulação digital), infecções de vias aéreas superiores, inalação de ar frio e seco (grande parte dos quadros de epistaxe ocorre durante o inverno), quadros alérgicos nasais, introdução de corpos estranhos na fossa nasal, inalação de irritantes químicos (cocaína, vapores de metais pesados)e a presença de perfuração septal ou desvio de septo.
Tratamento:
Epistaxe anterior: Uma vez que o ponto de sangramento é normalmente visto à rinoscopia anterior, a cauterização do vaso é a primeira escolha para o tratamento da epistaxe anterior. A cauterização pode ser química, elétrica ou com laser.
A cauterização química está indicada para os casos de sangramento de pequena monta, sendo ideal em crianças.
Não é um método eficiente quando se trata de sangramento abundante. O tamponamento tem
uma eficácia menor do que a cauterização, porque não atua diretamente sobre o vaso sangrante, mas exerce pressão uniforme sobre a mucosa como um todo. O edema e o processo inflamatório resultantes da presença do tampão atuam impedindo o sangramento.
Existem diversos tampões nasais disponíveis, sendo mais comumente usados os de rayon ou gaze (embebidos em vaselina, nitrofurazona ou pomada de antibiótico). A gaze é disposta em tiras ao longo da fossa nasal, em “pilha” ou “sanfona”, até preencher por completo a fossa. Outras alternativas são os tampões feitos com dedo de luva preenchido com gaze, esponja de uso doméstico revestida por preservativo e tampão Merocel (este último é introduzido na fossa nasal e embebido com gotas de antibiótico, expandindo-se e preenchendo a fossa nasal). Para qualquer tipo de tampão anterior vale a regra de introduzi-lo profundamente na fossa nasal, para que toda a mucosa seja pressionada, e não apenas a da região anterior do septo. O tampão nasal anterior é mantido por um período de 2 a 5 dias, dependendo da intensidade do sangramento. O Merocel deve ser retirado em 48 horas, uma vez que possui a tendência de aderir à mucosa nasal, dificultando sua retirada após esse período. Um dos riscos do tamponamento anterior, embora raramente observado, é a síndrome do choque tóxico, causada pela liberação de toxinas do Staphylococcus aureus, absorvidas pela mucosa nasal.
Procedimentos Cirúrgicos: Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados para hemostasia são a arteriografia com embolização e a ligadura das artérias maxilar interna ou etmoidais. A ligadura arterial pode ser feita através de diversas técnicas cirúrgicas, incluindo acesso através do seio maxilar
Epistaxe posterior: O tamponamento posterior vem sendo substituído pela cauterização elétrica sob visão endoscópica cada vez mais devido às suas inúmeras desvantagens. Esses tampões são extremamente incômodos para o paciente e a realização do tamponamento posterior implica na introdução simultânea do tampão anterior, tornando o procedimento ainda mais doloroso. Outros inconvenientes do tampão posterior são: a) a permanência prolongada (ao menos 3 a 5 dias após a cessação completa do sangramento); b) a hipóxia e hipoventilação decorrentes da presença do tampão.
Cauterização endoscópica posterior: É tida na literatura como o procedimento de escolha para a hemostasia dos sangramentos originados na região posterior da fossa nasal, com sucesso em mais de 90% dos casos.
Trechos retirados da referência abaixo:
Referência:BALBANI, A.P.S. et al,Tratamento da Epistaxe. Revista da Associação Médica Brasileira. 1999; 45(2): 189-93.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v45n2/1687.pdf
Etiologia: Dentre os fatores sistêmicos podemos citar a hipertensão arterial (considerada a principal causa de epistaxe severa que motiva internação hospitalar coagulopatias (hemofilias, doença de Von Willebrand, hepatopatias) e doenças hematológicas, que cursam com alteração quantitativa ou qualitativa de plaquetas (aplasia medular, trombastenia de Glanzmann). O uso de medicamentos anticoagulantes e anti-agregantes plaquetários também pode ocasionar epistaxe. Os fatores locais que levam à epistaxe anterior com maior freqüência são: trauma (fraturas nasais ou manipulação digital), infecções de vias aéreas superiores, inalação de ar frio e seco (grande parte dos quadros de epistaxe ocorre durante o inverno), quadros alérgicos nasais, introdução de corpos estranhos na fossa nasal, inalação de irritantes químicos (cocaína, vapores de metais pesados)e a presença de perfuração septal ou desvio de septo.
Tratamento:
Epistaxe anterior: Uma vez que o ponto de sangramento é normalmente visto à rinoscopia anterior, a cauterização do vaso é a primeira escolha para o tratamento da epistaxe anterior. A cauterização pode ser química, elétrica ou com laser.
A cauterização química está indicada para os casos de sangramento de pequena monta, sendo ideal em crianças.
Não é um método eficiente quando se trata de sangramento abundante. O tamponamento tem
uma eficácia menor do que a cauterização, porque não atua diretamente sobre o vaso sangrante, mas exerce pressão uniforme sobre a mucosa como um todo. O edema e o processo inflamatório resultantes da presença do tampão atuam impedindo o sangramento.
Existem diversos tampões nasais disponíveis, sendo mais comumente usados os de rayon ou gaze (embebidos em vaselina, nitrofurazona ou pomada de antibiótico). A gaze é disposta em tiras ao longo da fossa nasal, em “pilha” ou “sanfona”, até preencher por completo a fossa. Outras alternativas são os tampões feitos com dedo de luva preenchido com gaze, esponja de uso doméstico revestida por preservativo e tampão Merocel (este último é introduzido na fossa nasal e embebido com gotas de antibiótico, expandindo-se e preenchendo a fossa nasal). Para qualquer tipo de tampão anterior vale a regra de introduzi-lo profundamente na fossa nasal, para que toda a mucosa seja pressionada, e não apenas a da região anterior do septo. O tampão nasal anterior é mantido por um período de 2 a 5 dias, dependendo da intensidade do sangramento. O Merocel deve ser retirado em 48 horas, uma vez que possui a tendência de aderir à mucosa nasal, dificultando sua retirada após esse período. Um dos riscos do tamponamento anterior, embora raramente observado, é a síndrome do choque tóxico, causada pela liberação de toxinas do Staphylococcus aureus, absorvidas pela mucosa nasal.
Procedimentos Cirúrgicos: Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados para hemostasia são a arteriografia com embolização e a ligadura das artérias maxilar interna ou etmoidais. A ligadura arterial pode ser feita através de diversas técnicas cirúrgicas, incluindo acesso através do seio maxilar
Epistaxe posterior: O tamponamento posterior vem sendo substituído pela cauterização elétrica sob visão endoscópica cada vez mais devido às suas inúmeras desvantagens. Esses tampões são extremamente incômodos para o paciente e a realização do tamponamento posterior implica na introdução simultânea do tampão anterior, tornando o procedimento ainda mais doloroso. Outros inconvenientes do tampão posterior são: a) a permanência prolongada (ao menos 3 a 5 dias após a cessação completa do sangramento); b) a hipóxia e hipoventilação decorrentes da presença do tampão.
Cauterização endoscópica posterior: É tida na literatura como o procedimento de escolha para a hemostasia dos sangramentos originados na região posterior da fossa nasal, com sucesso em mais de 90% dos casos.
Trechos retirados da referência abaixo:
Referência:BALBANI, A.P.S. et al,Tratamento da Epistaxe. Revista da Associação Médica Brasileira. 1999; 45(2): 189-93.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v45n2/1687.pdf
Fellype- Mensagens : 9
Data de inscrição : 08/03/2012
Epistaxe
Fellype,
Encaminho um link do Up to Date com informações aos pacientes (auto cuidado até chegar ao posto ou hospital) caso tenham novo episódio. http://www.uptodate.com/contents/patient-information-nosebleeds-epistaxis-beyond-the-basics
Encaminho um link do Up to Date com informações aos pacientes (auto cuidado até chegar ao posto ou hospital) caso tenham novo episódio. http://www.uptodate.com/contents/patient-information-nosebleeds-epistaxis-beyond-the-basics
Fabiana Alves Nunes Maksu- Mensagens : 17
Data de inscrição : 31/08/2011
Re: Epistaxe - Classificação, Etiologia e Tratamento
o mais legal nas orientações desse tópico do Up to Date é o passo a passo que o autor propõe pra orientar o paciente.
Fellype- Mensagens : 9
Data de inscrição : 08/03/2012
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